A pandemia apenas evidenciou de uma forma mais cristalina um mundo em constante e rápida evolução, nos quais os parâmetros até então conhecidos podem desaparecer a qualquer momento, tornando a tomada de decisão cada dia mais complexa e multifacetada. Apenas abrimos os olhos para algo que não queríamos enxergar.
O panorama da retomada econômica em contexto tão instável – regra do “novo mundo”, não uma exceção provocada exclusivamente pela pandemia – também levanta questionamentos e demonstra que inexiste um lugar para análises cartesianas ou que levem em consideração exclusivamente padrões pretéritos. O panorama mudou e mudará novamente em curto espaço de tempo, requerendo adaptação constante ao longo do tempo.
Sinais econômicos imediatos – e que podem justificar a tomada de decisões de curto e longo prazo – devem, pois, ser considerados com extrema parcimônia, sempre levando em consideração não apenas os cenários conhecidos e mais prováveis, mas também aqueles que ainda não foram verificados. O retrovisor pode (e deve) ser utilizado como referência, mas jamais como retrato a ser buscado em direção ao futuro.
Superação de obstáculos presentes, portanto, devem ser enfrentados não em função da economia, mas apesar dela. Planos para o longo prazo, de acordo com as tendências econômicas e projeções com base em parâmetros conhecidos, devem igualmente ser levados em consideração, sem, no entanto, perder de vista que podem – e, muito provavelmente vão – ser total ou parcialmente desconexos da realidade que estaremos enfrentando.
Inovação, compartilhamento de conhecimento, novas tendências e tecnologias são apenas algumas das facetas que podem auxiliar na parcimoniosa análise econômica que os novos tempos impõem à tomada de decisões.