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Lições do Airbnb para uma crise sem precedentes

Lições do Airbnb para uma crise sem precedentes
Governança & Nova Economia
mai. 13 - 5 min de leitura
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No último dia 5, em carta endereçada aos colaboradores da empresa, o CEO e cofundador do Airbnb, Brian Chesky anunciou corte de aproximadamente 25% do quadro funcional da companhia. O motivo nos parece óbvio: a crise sem precedentes causada pela pandemia do Covid-19. Além disso, foi divulgado que a perspectiva de receitas da empresa para 2020 é de apenas 50% do que foi alcançado no ano passado.

Por coincidência, nesta semana faz dois anos que estive na sede do Airbnb pela primeira vez. Por isso, escolho a companhia para inaugurar uma nova série desta coluna: trarei, nas próximas semanas, um conjunto de lições sobre superação de crises com base nas mais de 900 startups e empresas joviais cadastradas no movimento #StartupsVsCovid19 e também em scale-ups globais, como o Airbnb. Todas possuem histórias e lições que podem inspirar muitos empreendedores neste momento."

Apesar das notícias a princípio desanimadoras, a verdade é que a carta de Chesky oferece ao menos três grandes lições. Muitos dizem que o que está por vir será o “novo normal”. Não importa o nome. Fato é que, passada a crise do coronavírus, seremos algo diferente do que somos agora, durante o isolamento social, mas também diferente do que éramos antes. Quanto e como ninguém sabe ao certo."

Nesta linha, podemos extrair a primeira lição do Airbnb, que é a de reconhecer a incerteza e abrir a guarda. Na carta, o CEO é absolutamente transparente ao dizer que não tem certeza de quando as pessoas vão voltar a viajar – e, consequentemente, usar os serviços da empresa. E complementa dizendo que quando isso acontecer, as viagens certamente serão diferentes do que eram até algumas semanas atrás. Chesky acredita que as pessoas vão focar o turismo em locais mais próximos de suas casas, mais seguros e também mais baratos.

Outra lição está ligada a uma volta às origens. “Como aprendi nas últimas oito semanas, uma crise traz clareza sobre o que é realmente importante. Embora tenhamos passado por um furacão, algumas coisas estão mais claras para mim do que nunca”, escreve Chesky."

"O que conseguimos extrair daqui é que a crise nos leva a pensar em negócios mais focados e que promovam um retorno às raízes da empresa."

O momento é de back to basics. No caso do Airbnb, a empresa foi fundada com o propósito de fazer pessoas comuns hospedarem, em suas próprias casas, viajantes, além de oferecer a estes experiências na localidade. Essa é a raiz do negócio e é nela que a companhia deve focar daqui para frente, o que significa que parcerias e investimentos em hotéis e serviços de transporte, por exemplo, serão reduzidos.

A crise ensina, então, as empresas a manterem-se fiéis aos seus princípios. Antes de tomar qualquer decisão, o empreendedor deve voltar-se aos valores da empresa e se perguntar “qual era meu objetivo quando comecei o negócio?”. A missão e os valores são a verdadeira alma da companhia, e vão guiar o empresário em momentos nos quais é preciso tomar decisões difíceis."

"O tema Princípios é, inclusive, pauta de live que vamos realizar no dia 19 de maio, com o objetivo de promover o despertar para a importância do alinhamento entre sócios de empresas pequenas, médias e startups, bem como os fundamentos essenciais de uma reação; parece razoável que as pessoas passem a valorizar mais seu tempo e que empresas reforcem suas missões e tragam o pertencimento para o centro da questão.

Como última lição, mas não menos importante, Chesky recomenda: “faça o possível para aqueles que foram impactados”. Esse ponto é importantíssimo porque se liga à sensibilidade necessária para conduzir o negócio durante esse período crítico. Mais do que investimentos, softwares e tecnologias, serão as pessoas que estarão, mais do que nunca, no centro. A sensibilidade para agir com todos que estão envolvidos com a empresa, tanto os que seguem como os que deixam a companhia, diz muito sobre como serão os negócios pós-Covid.

Reconhecer a incerteza, voltar às origens e potencializar a sensibilidade. Parece que essas três lições da carta do Airbnb têm tudo a ver com o lema da empresa, grafado em uma gigantesca parede de sua sede em São Francisco: “abra o seu coração e a sua casa.


*Publicado originalmente na Gazeta do Povo em 13/05. Acesse: https://bit.ly/2WQSURX


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