No fim de 2019, parti para um curso no exterior; foram 50 dias fora. Retornei em 1° de fevereiro de 2020, exatamente quando explodiu a crise de coronavírus no mundo. De repente, tudo o que sabíamos não era suficiente para solucionar a pandemia. Quando chegou o lockdown, não sabíamos muito bem como realizar o trabalho de forma remota no setor público. Não era algo da nossa rotina, era totalmente novo.
No Governo de Santa Catarina, aceleramos a transformação digital. Em questão de meses, digitalizamos serviços que estavam no papel por anos. Começamos a usar dados para as tomadas de decisão, entendemos a importância da experiência do usuário (cidadão) e mudamos totalmente o formato de trabalho, que passou a ser remoto, com medição da produtividade.
Imagino que essa tenha sido a mesma estratégia adotada por outros governos, que perceberam que é possível ser mais econômico e inteligente com as verbas disponíveis e liberaram seu “mercado” para a inovação aberta, além de terem realizado mudanças nas legislações para possibilitar a contratação de startups e desenvolvimento de soluções.
Já os cidadãos perceberam que poderiam ficar mais em casa e focaram na saúde física e mental, utilizando aplicativos gratuitos de atividade física e alimentação saudável.
Ainda, a telemedicina ocupou seu espaço e já se fala até em blockchain voltado a dados médicos de pacientes. Por meio de aplicativos, planos de saúde trouxeram orientações para não sobrecarregar os serviços presenciais. Ficou mais fácil, mais rápido, mais barato e, principalmente, mais seguro!
Por sua vez, os aplicativos de entrega explodiram. Tudo pode ser entregue em nossas casas hoje: compras de farmácia, supermercado, materiais de construção – ainda por cima, com cupom de desconto, para promover um maior engajamento.
A dinâmica das empresas e estados mudou para atender aos novos anseios e necessidades da sociedade. Agora, a estratégia é possuir uma equipe heterogênea, multidisciplinar, transversal, que atue de maneira menos hierárquica e horizontalizada, para que consiga se aproximar ao máximo das necessidades dos usuários.
A transformação digital no Brasil e no mundo não é apenas tecnológica. A tecnologia é o meio que acelerou as ações na pandemia e ditará o direcionamento das ações depois que ela passar, sempre com foco no usuário: essa é a nova estratégia e tendência mundial.