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Economia Low Touch: a sua empresa está preparada para esse novo movimento?

Economia Low Touch: a sua empresa está preparada para esse novo movimento?
FERNANDA PEPPE
ago. 11 - 5 min de leitura
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Você sabe o que é Economia Low Touch e como ela pode direcionar a estratégia do seu negócio?

A Economia Low Touch, de acordo com o Board of Innovation, “representa o novo estado da nossa sociedade e da nossa economia”, intensificado pela pandemia do Covid-19. Ela se caracteriza pelas interações de “pouco contato” impostas e todos os seus desdobramentos em relação às novas necessidades de proteção à saúde e segurança, aos novos comportamentos humanos (como as pessoas interagem entre si e com as empresas) e às mudanças efetivas nas indústrias e setores da economia.

O movimento Low Touch apresenta, de imediato, duas características principais: gestão da crise da saúde (primeira ordem) e gestão da crise econômica (segunda ordem). As empresas que conseguirem adaptar o seu modelo de negócio às novas demandas trazidas pelo coronavírus serão as de maior sucesso nos próximos anos. Essas novas demandas envolvem a redução das interações físicas entre os empregados e consumidores, medidas relacionadas com saúde, higiene e segurança, restrições para viajar e para se aglomerar, isolamento de grupos de risco, entre outros prontos.

Todo esse movimento traz consigo muita instabilidade e imprevisibilidade. As empresas, portanto, terão que ser cada vez mais resilientes e capazes de se adaptar com rapidez. Ao mesmo tempo, também são trazidas grandes oportunidades para modelos de negócios transformadores, bem como inovações de impacto.

Já se ventila que vários hábitos que emergiram com a pandemia se tornarão o nosso “novo normal”. Assim, nos costumaremos ao uso frequente de máscaras, aos check-ups de saúde rotineiros e às novas configurações nos ambientes de trabalho e nos lugares de entretenimento. Existe, ainda, uma grande lacuna que precisa ser resolvida quando se fala em setores como o de turismo, entretenimento, eventos e moda.

Para operar, muitas empresas de serviços precisam repensar como criarão uma nova experiência sem que haja grandes grupos de pessoas interagindo presencialmente entre si. Algumas alternativas já estão surgindo no segmento do turismo, para adequação a essa economia Low Touch emergente: Hong Kong já instalou cabines de desinfecção para funcionários de companhias aéreas. Dubai está fazendo testes rápidos de Covid-19 nos aeroportos. Na Turquia, os hotéis estão trabalhando com ocupação máxima de 60% para evitar aglomerações e os quartos ficam vazios por um período de 12 horas, para desinfecção, antes de uma nova ocupação. Já estão surgindo, também, certificações no segmento de turismo como: “coronavírus-free”e zonas internacionais “safe-travel”.

Na indústria de eventos e entretenimentos, a volta dos drive-ins se tornou uma alternativa para os cinemas. Também já são frequentes casamentos e festas de aniversários via Zoom. Concertos musicais e outras formas de entretenimentos aderiram à realidade virtual. Plataformas de apoio ao e-commerce, aplicativos de fitness, meditação e yoga em casa são algumas das novas oportunidades que estão sendo exploradas com a pandemia.

Diante desse cenário de grandes incertezas, várias empresas estão negando a realidade e aguardando o retorno do “antigo normal”. Outras já começam a trabalhar com perspectivas de retomada de médio prazo. Muitas já entraram com o pedido de falência ou recuperação judicial ou estão sofrendo com perdas significativas de receita. Por outro lado, houve um crescimento considerável de receita para aquelas companhias que conseguiram adaptar rapidamente a sua estratégia ou pivotaram o seu negócio. Além disso, novos negócios surgiram em virtude das demandas atuais.

Com essa perspectiva, você está preparado para realizar as adaptações estratégicas necessárias para o seu negócio? Você se encontra em qual dos dois blocos: naquele dos que negam a realidade e ficam presos ao passado (retrovisor) ou naquele dos que fazem acontecer e aproveitam os white spaces apresentados pelo novo cenário?

Há oportunidades de vários níveis nessa nova realidade. O estudo do Board Innovation traz uma consideração em relação a essa questão. Os especialistas afirmam que a estratégia de inovação a ser adotada por cada organização dependerá do seu objetivo inicial. Se a prioridade é melhorar o “core” da organização, a alternativa é começar copiando soluções de outros players e pioneiros do mercado. Entretanto, se for necessário realizar uma mudança mais ambiciosa, pivotando ou descobrindo novos mercados, é importante validar múltiplas ideias em paralelo, já que operará com maior incerteza.

Em resumo, você poderá inovar mantendo a sua atual oferta ou encontrando novos mercados e explorando as seguintes estratégias: "inovar no core da sua organização; explorar oportunidades em mercados/clientes adjacentes; saltar para oportunidades de white spaces na Economia Low Touch.”

Independentemente da alternativa a ser seguida, conhecer o job to be done do cliente que já se tem ou dos novos clientes é essencial para que seja possível oferecer as melhores alternativas inovadoras. A mudança de comportamento e a adoção acelerada de tecnologia são dois componentes fundamentais para o surgimento de inovações e de sua exponenciação.

Novos hábitos surgidos representam a fonte para se compreender de onde emergem os white spaces a serem explorados nessa nova economia Low Touch. De acordo com o estudo do Board Innovation, existem basicamente seis tipos principais de gatilhos que impulsionarão as novas oportunidades ou white spaces: mudança na indústria, novas regulamentações, novos comportamentos do consumidor, mudança social, novos recursos e assets e novas tecnologias.

Diante dessas novas perspectivas, você consegue mapear possíveis futuros para a sua organização?


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