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Corrida da inovação: 100 metros rasos ou maratona?

Corrida da inovação: 100 metros rasos ou maratona?
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out. 8 - 4 min de leitura
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O cenário econômico brasileiro já vem demonstrando sinais de recuperação em decorrência da pandemia vivida, com previsões de crescimento do PIB brasileiro na casa de 4,36%, segundo o boletim Focus. E como será esse mundo pós-pandemia? Vamos continuar fazendo o que fazíamos antes ou houve mudanças estruturais significativas? Essas e outras reflexões estão tirando o sono de muitos empresários.

Mas, antes de endereçá-las, vamos voltar um pouco ao início da pandemia, onde houve implantações de restrições governamentais para conter o crescimento da curva de transmissão da Covid-19 e muitas empresas tiveram suas operações paralisadas integralmente. Setores inteiros tiveram impacto em suas cadeias produtivas, muitas pessoas perderam os empregos, dentre outros fatores já conhecidos por todos nós. Por outro lado, outros setores cresceram mais do que qualquer previsão otimista já feita, alcançando recordes de vendas a cada mês. Independentemente de qual lado você esteve durante o período, uma constatação acometeu todos: a transformação digital e a inovação se tornaram presentes e mandatórias.

Iniciou-se uma corrida para implantar a transformação digital nas empresas, buscar meios para continuar operando o negócio através de novos canais por meio da tecnologia, relacionar-se com startups virou agenda prioritária dentro das organizações, e o número de investimentos em venture capital bateu todos os recordes históricos.

Aquelas organizações que já tinham esses temas (e outros correlatos) em suas iniciativas acabaram saindo na frente, mas não foi a realidade da grande maioria das companhias brasileiras. Sem dúvida, o assunto circulava nas agendas dos conselhos, C-Levels e altos executivos, mas sempre considerado algo distante e até mesmo utópico em alguns momentos.

O senso de urgência da maioria das empresas para os temas de inovação e transformação digital trouxe à tona problemas de estrutura organizacional relacionados à cultura, pessoas e processos. Como inovar sem que o time esteja preparado para tal transformação? Como ser mais ágil sendo que nossos processos não são estruturados para tal? Como pivotar o modelo de negócios sem ter a qualificação de mão de obra necessária? Esses e outros questionamentos impediram as empresas de avançarem como deveriam. E essa corrida para a inovação e transformação digital acabou se tornando em uma corrida de 100 metros rasos.

É evidente que o mundo não será mais o mesmo. Novos padrões de consumo foram criados, novas formas de comunicação com o cliente foram adotadas e uma nova consciência permeia o futuro. Sendo assim, as empresas precisam estar aderentes a isso, seja no curto ou no longo prazo. Com a retomada da economia essa pauta deve estar sempre presente dentro das organizações, estabelecendo direcionadores para trabalhar a cultura organizacional através do reskilling e upskilling da sua mão de obra, criando fluxos ágeis para a adesão de iniciativas de open innovation, e buscando criar canais mais próximos aos clientes, mantendo um ciclo de feedbacks e aprendizados constantes. Ou seja, não é só uma correção de caminho a ser perseguido. A estrada mudou, então os aspectos estruturais organizacionais precisam ser repensados e adequados à nova realidade e perspectiva de futuro.

É uma competência que as empresas do mundo tudo estão buscando desenvolver, cada uma adotando a estratégia que mais adere ao seu propósito, mas todas estão se aproximando do ecossistema de inovação e se desenvolvendo para tal. Nesse processo, é de extrema importância haver uma mudança de mindset dos agentes transformadores. De outra forma, o foco ainda permanecerá no resultado ao invés de aproveitar a jornada e aprender com ela. Ou seja, ao contrário do que se observa atualmente, o processo deve ser comparado (e trabalhado) como uma maratona e não uma corrida de 100 metros rasos.


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