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Como o panorama da retomada econômica muda as estratégias empresariais de curto e longo prazo?

Como o panorama da retomada econômica muda as estratégias empresariais de curto e longo prazo?
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nov. 23 - 3 min de leitura
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A retomada da economia a partir da crise gerada pela pandemia, avaliada vis-à-vis a situações anteriores, desta vez sugere seguir uma rota muito menos previsível, tendendo ao errático - ainda que no sentido do crescimento. Isso muito por conta da natureza multidisciplinar dos impactos provocados não apenas pela pandemia em si, mas também - e em algumas situações, principalmente - pelas consequências de determinados efeitos transformadores na sociedade gerados por ela própria, em paralelo com a materialização de outras tendencias que já vinham ocorrendo e que, agora, ganham uma velocidade exponencial.

O resultado é que estaremos experimentando não o “Novo Normal”, mas sim o “Nunca Normal”, e as estratégias empresariais deverão estar preparadas para tal. Neste novo cenário, quase que caótico para a tomada de decisões, o curto prazo deverá contar com modelos decisórios ágeis e flexíveis - com algum controle e não necessariamente plenamente estruturados -, mas que sejam capazes de distinguir entre o importante para a sobrevivência da empresa e o estratégico para o seu futuro. Não para decidir entre um deles, mas sim direcionar as decisões e ações favoráveis a cada um, estabelecendo os horizontes de prioridades e lidando, simultaneamente, com todos. De uma certa forma, as organizações já se prepararam com algum sucesso para buscar a sua sobrevivência. Entretanto, uma boa parte delas ainda tem como incerto o seu futuro.

Já as decisões com a visão de longo prazo serão muito mais desafiadoras, visto que os efeitos da pandemia, quebrando paradigmas e acelerando a transformação digital da sociedade, estarão se dando, concomitantemente, ao crescimento, também acelerado, da economia do compartilhamento, provocando um movimento radical no sentido da “economia da posse” para a “economia do acesso”.

Este efeito, cujas proporções ainda não são plenamente conhecidas, aliado à crescente redução do custo marginal de produção, tendendo este a zero no longo prazo, provocará disrupções nos padrões de consumo da sociedade e impactos profundos no processo decisório das organizações. Isso não apenas pela complexidade de se tomar decisões em cenários de tal nível de incerteza, mas também pela profundidade das mudanças que ocorrerão nos mercados e respectivas cadeias de valor das empresas - incluindo os modelos operacionais, modelos de negócios e os próprios modelos de gestão e governança das organizações.

Neste cenário, pode-se admitir que o que estará ocorrendo não será propriamente a retomada da economia (de mercado) no nível e direção na qual ela se encontra anteriormente, e sim o surgimento de uma nova economia (de compartilhamento) baseada em princípios radicalmente diferentes – em que ainda não foram desenvolvidos os modelos decisórios minimamente seguros para este novo contexto. Portanto, vamos precisar aprender, e rápido!


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