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6 insights do Guia de governança em startups e scale-ups do IBGC

6 insights do Guia de governança em startups e scale-ups do IBGC
Maximiliano Selistre Carlomagno
abr. 5 - 5 min de leitura
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Ao longo dos últimos 18 meses tive o prazer de coordenar o grupo de estudos de governança em startups do IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Compartilho nesse artigo os principais insights do Guia na expectativa que você faça o download do mesmo e dissemine essas práticas com seus contatos. Antes disso, contudo, vale a pena detalhar qual o objetivo e como o Guia foi desenvolvido.

O IBGC é uma organização da sociedade civil fundada em 1995 reconhecida como referência nacional e internacional no tema. Nos últimos anos, com o fortalecimento do ecossistema inovador brasileiro ficou evidente a necessidade do instituto contribuir para esse debate. Em função disso, foram reunidos 15 profissionais voluntários de diversas áreas para elaborar um conjunto de práticas de governança adequadas ao contexto de startups e scale-ups. Esse material foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica, pesquisa com agentes do ecossistema, audiências privadas e públicas e colaboração com a Endeavor.

O Guia contém um conjunto de práticas divididas em função das fases de desenvolvimento da startup e dos principais pilares de governança. Mas quais os principais insights do Guia?

  1. Governança não é um pacote fechado simbolizado no conselho de administração apenas para grandes empresas: Quando iniciamos o trabalho essas eram as pre-concepções de empreendedores sobre o tema. Uma visão limitante e desfocada sobre governança. Valorizavam temas de governança mas não os associavam ao assunto. O primeiro passo foi identificar essa disfunção. Governança serve para empresas de capital aberto, familiares, estatais, sem fins lucrativos e, claro, também para startups e scale-ups.
  2. Governança é um mindset adaptável, baseado em princípios que ajuda a sobrevivência, criação de valor e liquidez: Segundo dados recentes de pesquisa da FDC 50% das startups brasileiras fecham até os 4 anos de fundação. Parte delas em função de temas relacionados a governança. Aqueles que, além de terem um produto e estratégia adequadas, também tem práticas informais ou formais de governança estabelecidas tem maior condição de criar valor e levantar recursos para seus projetos. Governança é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, incentivadas e monitoradas e o relacionamento entre os atores desse sistema com base em 4 princípios: transparência, equidade, responsabilidade corporativa e accountability.
  3. Governança começa antes mesmo da empresa estar formalizada: Quando três amigos se reúnem para pensar num negócio e fazem combinações sobre dedicação de tempo, participação societária futura, papéis e responsabilidade houve a tomada de decisões relacionada a governança mesmo que não haja um CNPJ, uma marca ou um único cliente. Algumas decisões inadequadas tomadas ainda na ideação complicam sobremaneira a vida futura do empreendedor.
  4. Governança evolui ao longo da jornada empreendedora: As startups e scale-ups evoluem em 4 fases – ideação, validação, tração e escala. As práticas de gestão de riscos, controles e compliance na fase de validação não serão iguais aquelas necessárias na fase de escala. A sofisticação do acordo de sócios numa startup em tração que recém recebeu aporte de investimentos de fundo de venture capital não é igual ao founders agreement elaborado na fase de ideação. Assim, a governança deve evoluir ao longo da jornada empreendedor.
  5. Governança envolve 4 pilares fundamentais: Para algumas pessoas a governança é sinônimo de conselho. Para outros significa questões legais, contrato social, acordo de sócios. O trabalho nos permitiu ver a governança além disso. Dividimos 4 pilares com práticas de governança: Estratégia e Sociedade. Pessoas e Recursos. Tecnologia e Propriedade intelectual. Processos e accountability. Cada pilar apresenta uma intensidade de atenção maior ou menor nas fases da jornada empreendedora.
  6. Governança pode ser praticada de forma acessível: Conseguimos organizar o Guia de forma prática para poupar o tempo do empreendedor. Contendo dicas, checklists, destaques e glossário. A melhor forma de abordar o tema é: 1) mapear em que fase da jornada empreendedora sua startup se encontra; 2) identificar o pilar prioritário e 3) executar as práticas sintetizadas para a respectiva fase e pilar

O Guia não tem como objetivo ser definitivo no tema. Nem demasiadamente prescritivo. Mas, sem dúvida, pretende contribuir com o devido grau de granularidade para apoiar o empreendedor Brasileiro. O material tem uma estruturação, abrangência e pragmatismo únicos no mercado em termos de conhecimento sobre o assunto. Que esses insights fomentem o debate e fortalecimento do ecossistema brasileiro de empreendedorismo por meio da redução da taxa de mortalidade de startups e scale-ups, criação de valor e aumento de liquidez. Os empreendedores, investidores e sociedade agradecem.

 

 

 

 

 

 

 


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