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Transformação digital em saúde real: case Brasil

Transformação digital em saúde real: case Brasil
LUIZ DE LUCA
jul. 29 - 6 min de leitura
010

Buscando um endereçamento mais focado iremos restringir o pensamento estratégico ao setor de saúde. Gostaríamos de apresentar o setor de forma ampla, entretanto não vamos entrar no processo comparativo quanto a formação dos profissionais técnicos, diversificando quanto a característica multidisciplinar na prestação de serviços médicos (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutrólogos e nutricionistas, cientistas e pesquisadores, etc).  

Embora esta seja base para um grande diferencial quanto aos resultados que deverão ser atingidos, assim como ser muito estratégico para uma liderança regional, já estamos em desvantagens comparados aos grandes centros mundiais (mesmo antes da Covid), e não será agora que atingiremos posicionamento de destaque, principalmente quando estamos abordando o tema inovação (embora, cabe ressaltar, existem iniciativas muito interessante no que se refere a aplicações em Realidade Virtual e Realidade Aumentada).

Vamos agora abordar outros subsistemas do setor:

  1. Life Science: compreende toda a indústria farmacêutica e, consequentemente, os setores de pesquisas em que este segmento atua; inclusive onde estão sendo investidos muito recursos e a esperança desta década: a vacina para imunidade contra a Covid-19.
  2. As atividades de prestação de serviços médicos e os direcionadores da tecnologia envolvida que estão sendo aportadas em inovação, que podemos classificar como:
  • Atividades Assistenciais:
    • controles de patologias/doença, infecções, gestão de medicamentos, etc;
  • Atividades de Produção:
    • Equipamentos para área de Emergência, Centro Cirúrgico, UTI’s, Unidades de Internação, Serviços de Diagnosticos e Terapêuticos;
  • Atividades de Automação e Controles de Produção:
    • Agendamento, fluxo do paciente, autorizações, dispensação de medicamentos, faturamento e sistemas financeiros, gestão de leitos, escalas de trabalho, etc;
  • Infraestrutura:
    • Sistemas de energia, Wi-Fi, sensorização, geradores, ar-condicionado, etc;
  • Sistemas de Informação:
    • ERP’s, sistemas clínicos, etc;

A área de Biotecnologia e Dispositivos Médicos (Medical Devices) também carrega um grande componente de inovação e R&D, pesquisa clínica e aplicada, além de engenharia celular e terapia genética.

Durante o 2020 World Medical Innovation Forum, que ocorreu virtualmente durante a quarentena, dois hospitais renomados de Boston (EUA) apresentaram os itens que acreditam serem os mais importantes pós-Covid:

  • Acesso;
  • Experiência dos clientes;
  • Custo;
  • Efetividade;
  • Hospital care vs Home care;
  • Virtual Ccre (integração);
  • Mais humanização;
  • Ressurgir e não voltar ao modelo anterior.

Teríamos grandes desafios ao compararmos a grande diferença entre nós e países que estão na vanguarda da inovação, das tecnologias aplicadas e disruptivas, recursos disponíveis tanto na esfera privada como na pública (incentivos governamentais), nível de escalabilidade e conhecimento científico já estabelecidos. Ficaríamos “horas” somente listando as diferenças.

Entretanto temos uma grande oportunidade, que muitos países com mais recursos ainda não conseguiram desenvolver: uma ramificação de um sistema público que já está constituído (SUS), embora com deficiência de gestão, mas que atende a população nacional, além de um sistema complementar da saúde suplementar combinando os prestadores de serviços privados (filantrópicos ou com fins lucrativos).

O sistema suplementar implantou através da ANS (Agência Nacional de Saúde  Suplementar) dois padrões obrigatórios para todo o sistema, descritos abaixo e extraídos diretamente do site da agência: TISS e TUSS.

A Troca de Informações na Saúde Suplementar (TISS) foi estabelecida como um padrão obrigatório para as trocas eletrônicas de dados de atenção à saúde dos beneficiários de planos, entre os agentes da Saúde Suplementar. O objetivo é padronizar as ações administrativas, subsidiar as ações de avaliação e acompanhamento econômico, financeiro e assistencial das operadoras de planos privados de assistência à saúde e compor o Registro Eletrônico de Saúde.

O padrão TISS tem por diretriz a interoperabilidade entre os sistemas de informação em saúde preconizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar e pelo Ministério da Saúde, e, ainda, a redução da assimetria de informações para os beneficiários de planos privados de assistência à saúde.

A terminologia TUSS (Terminologia Unificada da Saúde Suplementar) é uma continuação do padrão TISS, que padroniza nomenclaturas e códigos de procedimentos médicos com base na CBHPM. O objetivo da Tuss é estabelecer um padrão de nomenclaturas que facilitam a comunicação entre médicos e operadoras de serviços de saúde. A TUSS é composta apenas por códigos e nomenclaturas.

Eles são divididos em quatro categorias, são eles:

  • Procedimentos Médicos
  • Diárias e taxas
  • Materiais e medicamentos
  • Órteses, próteses e materiais especiais.

Desta forma ela não interfere nos pagamentos dos eventos médicos, como por exemplo: Porte anestésico e número de auxiliares.

Então os valores permanecem sem alterações conforme o que foi acordado no contrato. Desde outubro de 2010, a Tuss é obrigatória. Quem não adere à implantação das terminologias unificadas é multado, como prevê a sanção do artigo 44 nº124 da RN.

É obrigatório todos os prestadores de serviços médicos enviarem estas informações no formato determinado para as Operadoras para que seus serviços sejam remunerados.

Ao considerarmos o que está sendo feito no DATA SUS para um centralização do Banco de Dados do sistema, conseguiremos unificá-lo com os dados da Saúde Suplementar, no maior banco de informações de todos os usuários de qualquer sistema de saúde no Brasil, seja ele público ou privado. Considerando ainda um protocolo de interoperabilidade teremos também o maior banco de dados sobre indivíduos e suas doenças e tratamentos, portanto o Clinical Data Warehouse mais completo que uma nação poderia ter.

Na era onde a informação é a nova “moeda”, suas aplicações referentes a Big Data e IA trariam a maior transformação do setor da saúde, posicionando o Brasil com uma grande vantagem competitiva perante outros países.

Acreditamos que o modelo da transformação da saúde passará por uma integração das informações (poderemos associar ao CPF do individuo como o grande código de acesso), vinculando ao seus dados clínicos (SUS e Saúde Suplementar), gerando um prontuário eletrônico unificado (como as nossa informações de IR), resultando na maior transformação digital que um país poderá desenvolver.

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