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Inovação voltada à saúde

Inovação voltada à saúde
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mar. 17 - 3 min de leitura
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A pandemia de Covid-19 nos tirou da zona de conforto, acelerando o processo de inovação que já estava em curso. De forma abrupta e veloz, vimos empresas inovando e aperfeiçoando ferramentas de gestão. Muitas incorporaram novas soluções em seus portfólios de produtos e serviços. Igualmente abrupta foi a velocidade com que empresas e líderes aumentaram o apetite a risco e incorporaram o conceito do erro veloz em seus processos. Inovar se tornou questão estratégica para manter e fazer crescer os negócios em um ambiente totalmente incerto, de difícil previsão.

Obviamente, um dos setores mais afetados pela pandemia foi o da saúde, com serviços lotados, sem ferramental e infraestrutura necessários. Ao mesmo tempo, contudo, observou-se que as dificuldades serviram como acelerador para a digitalização de processos e adoção de soluções inovadoras até então entendidas como não viáveis, como a telemedicina ou os planos de saúde individuais e digitais.

Pode-se dizer que no setor de saúde a inovação encontrou na pandemia as condições necessárias para ganhar velocidade e priorização de recursos. Inovar passou a ser estratégico e urgente para os players do setor.

Administradores hospitalares rapidamente destinaram recursos para a introdução de novas soluções, visando otimizar a gestão do paciente e a digitalização dos principais processos. Sociedades médicas romperam com dogmas e entenderam a possibilidade de se praticar uma medicina humanizada por meio da tecnologia, abrindo caminho para discutir e viabilizar a telemedicina e o diagnóstico usando IA. Governos e legisladores agilizaram a aprovação de leis e regulamentações, enquanto órgãos reguladores se valeram de possibilidades legais para encurtar o tempo de resposta ao mercado para a introdução de novas drogas e terapias.

Finalmente, os grandes players da indústria, que durante muito tempo pautaram sua participação em inovação no Brasil prioritariamente via portfólios corporativos, passaram a considerar a segregação de recursos para suportar, seja interna ou externamente, via startups, aceleradoras e incubadoras, o desenvolvimento de soluções e produtos pensados especificamente para o mercado local.

A liquidez de recursos que se observa atualmente no mercado em geral encontra no setor de saúde brasileiro enormes oportunidades de investimento. Diferentemente do que ocorre em outros países, a incorporação de novas tecnologias em produtos e processos de gestão e de gerenciamento de dados em saúde sempre foi lenta por aqui, além de fortemente desafiada por discussões legais e regulatórias. Assim, pudemos observar uma rápida mudança de cenário a partir da pandemia.

Segundo o Inside Healthtech Report, braço de inteligência de mercado da empresa de inovação aberta Distrito, o Brasil conta atualmente com 671 startups da área da saúde. Em 2020, elas foram uma das campeãs na atração de recursos do mercado de capital de risco – foi o segundo setor a receber mais aportes. No total, foram 53 rodadas de investimentos, que juntas somaram US$ 106 milhões.

No pós-pandemia, o desafio será a promoção e manutenção de um ambiente legislativo, regulatório, econômico e político amigável ao investimento e à cultura de inovação, permitindo o crescimento e a modernização do setor de saúde no Brasil.


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