Logo no início da crise mundial da Covid-19, escrevi um artigo sobre o "novo normal" no qual desconstruí um pouco dessa terminologia, que vem muito ao encontro da adoção da inovação.
É importante ressaltar que o cenário mundial já vinha de uma polarização e disputa de poder macroeconômico há alguns anos, o que, por si só, já traz uma necessidade constante de reinvenção ou melhores práticas de inovação por parte das empresas, uma vez que tudo muda a toda hora.
Uma crise como a da pandemia do coronavírus acelera e traz novos componentes a um cenário mundial já conhecido. Olhando para o Brasil, porém, vou retirar as ações do governo da minha análise, vez que muitas já vinham sendo encaminhadas. Observe-se:
- Lei da liberdade econômica;
- Marco legal das startups;
- Reforma Administrativa;
- Desestatização de áreas essenciais para o avanço inovador no país (essencialmente na esfera da comunicação);
- Leilão e definição do 5G.
Com o impacto direto da pandemia no Brasil, acelerou-se a imersão tecnológica. Vários negócios, representados por seus conselhos, empresários e altos executivos, viram-se obrigados a compreender melhor a tecnologia e a adotá-la em suas companhias de forma célere - se já não vinham fazendo isso. Foi necessário, por exemplo, adotar estratégias de marketing digital e e-commerce numa velocidade muito superior à que era pensada ou à que vinha sendo aplicada.
Áreas que já se destacavam pela inovação, como o agronegócio e o setor financeiro, ganharam um destaque ainda maior e suportaram as áreas econômicas mais afetadas durante a crise. O mesmo vale para outras empresas, de outros setores, que já vinham se preparando para saltos mais altos e também tiveram destaque muito positivo, como a Magalu, que com a crise teve a possibilidade de abrir uma vantagem ainda maior em relação aos seus concorrentes e acelerar investimentos em startups, que somaram em inovação ao seu modelo de negócio.
Por fim, algumas empresas foram capazes de implementar soluções inovadoras para a sua própria cadeia de valor, buscando alternativas dentro e fora de casa, ampliando o olhar também quanto a soluções de startups e incorporando-as ao seu negócio. O que se viu foram, em busca da salvação, tomadas de decisão pautadas pela inovação, que antes da crise poderiam ter mais restrições ou ser mais "pragmáticas". Será que ficou a lição para sempre?