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A era do Open Everything

A era do Open Everything
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nov. 23 - 4 min de leitura
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Recentemente temos vivenciado algo inédito na história brasileira, a atualização e flexibilização de regras do banco central para o mercado financeiro nacional. Com isso, a implantação do Open Banking, onde poderá haver as trocas de informações entre as instituições financeiras, autorizada pelo dono dos dados. Esse movimento nos leva a reflexão de que outros setores poderiam adotar a mesma estratégia, como por exemplo a área de saúde, seguros, transporte, entre outros, transportando-nos para a era do Open Everything.

A possibilidade de compartilhar seus dados com qualquer serviço que desejar - com diversos motivadores e objetivos pessoais para tal - impacta diretamente a economia e os modelos de negócios existentes, tanto no curto quanto no longo prazo, pois estimula a queda de barreiras de acesso a informação. Com a efetivação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o cuidado e diligência com esses dados se torna uma agenda diária dentro das organizações, havendo uma maior conscientização e uma busca maior de fidelização do consumidor por outras maneiras, já que a decisão de compartilhamento é dele.

Analisando os impactos no curto prazo, temos que considerar o surgimento de novos modelos de negócios e novas tecnologias que favorecem esse cenário de dados assim como, por outro lado, o aumento da maturidade e nível de consciência da relevância desses dados para as empresas com as quais os indivíduos se relacionam. Com essa mudança no jogo dos modelos de negócios, novas empresas com base tecnológica surgirão, muito aceleradas pela pandemia da Covid-19, e as empresas que já estão presentes também adotaram o senso de urgência para uma transformação digital e inovação em seus negócios atuais. Em contrapartida, haverá uma escassez de mão de obra especializada, pois o sistema educacional brasileiro não está sendo preparado para uma transformação tão veloz como a que estamos inseridos.

Olhando para o horizonte maior, existem movimentos atuais que ganharão força, como por exemplo o DeFi (Descentralized Finance), em que o consumidor terá diversas opções para adotar, sendo muito atrelado ao seu estilo de vida. Nesse sentido, a proximidade e empatia com esse cliente deverá ser mandatório nos modelos de negócios futuros, pois ficará mais difícil conquistar a fidelização. Outros setores seguirão o mesmo caminho, havendo uma descentralização do que hoje parece estar consolidado.

Como exemplo, outro segmento sofrendo o mesmo impacto, evidenciado também pela pandemia, é a indústria do transporte de passageiros. Desde a chegada dos aplicativos de ride hailing, compartilhamento e assinaturas de carros, caronas, bicicletas, patinetes e outros modais, as pessoas deixaram sua dependência do transporte público, buscando alternativas que melhor servem para sua locomoção dentro das cidades. Será que também estaremos vivendo a era do Open Transportation em breve?

Atualmente, temos uma sobreposição de ecossistemas e indústrias que antes não se comunicavam, como é o caso dos bancos com os marketplaces. No futuro, essa sobreposição pode abordar um ecossistema muito maior, como por exemplo o transporte e o sistema financeiro, bem como o transporte e a área de telefonia e saúde. Com inúmeras possibilidades, como é possível conciliar os dados que serão gerados em cada um desses serviços e a conexão entre eles? As empresas possuem um futuro abundante para estruturação de novos modelos de negócios, novas maneiras de fidelizações de consumidores, gestões eficientes desses dados, joint ventures e diversos outros terrenos inexplorados que, através de uma estratégia de inovação bem elaborada, podem tirar o máximo valor desse processo.

Considerando essa visão de curto e longo prazo, viveremos em breve o conceito de Life as a Service (LaaS), em que poderemos escolher quais dados vamos compartilhar e com quem, com o objetivo de melhorar nossa qualidade de vida, estando alinhado aos nossos propósitos de perpetuidade, bem como escolher quais aspectos da nossa rotina ou da nossa vida vamos querer colocar em modelo de assinatura. Pode parecer utópico e muito distante do presente, mas os impactos desse movimento na economia brasileira serão eternos.


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